Exception (Foto: Reprodução)

Resenha Crítica Animação: Exception

Exception (Foto: Reprodução)

Sendo uma animação original da Netflix japonesa, por Hirotaka Adashe e design por Yoshutaka Amano, Exception é uma animação que divide a opinião de alguns críticos. O público, por outro lado, escolheu amar a série que conta com 97% de aprovação na plataforma da Netflix.

Sinopse

“Em um futuro distante, a humanidade foi forçada a deixar a Terra. Uma nave com uma equipe de especialistas impressa em 3D é enviada para colonizar um novo planeta”.

 Crítica

A sinopse, que está disponível na página da Netflix, em suma, se apresenta de forma contraditória. Para ser mais exato, a série trata diversos debates que se relacionam à vida, à existência, ao ser humano. Assim, a equipe que ocupa a nave não deve se resumir em “especialistas impressos em 3D”, os tripulantes são clones de outros humanos que seguem em outra nave com o resto dos humanos do planeta Terra. Eles chegarão ao planeta colonizado 100 anos após a chegada da primeira nave.

Com o desenrolar da trama, entende-se que seres bióticos não sobrevivem à dobra espacial, por isso a preferência por clones impressos ao fim da viagem. Assim, após a dobra, a nave de modo autônomo, imprimiu os clones humanos responsáveis por colonizar o planeta. Quem pensa que o seriado tratará das implicâncias e questões relacionadas ao processo de colonização, se engana. Dentro do enredo principal diversas histórias, memórias e questão entram em cena.

Os clones dispostos a trabalhar pela sobrevivência da humanidade são prioritariamente humanos? Eles possuem as qualidades, as memórias e as competências dos humanos originais. Eles amam a família dos humanos originais, eles vivem e prometem concluir a missão por eles. Ao fim, a recompensa seria a chance de utilizar a impressora 3D, nomeada como útero, como quisessem, podendo assim, imprimir sua própria família.

Nesse sentido, as subtramas ganham vida e vão se desenvolvendo no decorrer da animação. Uma das subtramas ganha destaque logo no início: o personagem Lewis, enquanto ainda no útero, sofre o impacto da radiação fruto de uma erupção solar e, por isso, nasce com diversas mutações físicas que implicam diretamente na sua qualidade de vida. Nesse sentido, para concluir a missão, seria necessário imprimir um novo Lewis.

Traz-se um debate acerca da moralidade e da humanidade com questões que se conectam ao espectador e à sua realidade, o que faz pensar e refletir quanto aos conceitos do que é ser humano e a garantia da existência.

Conclusão

No seriado levantam-se diversos pontos extremamente interessantes — ainda mais nesses tempos em que o debate sobre a IA toma toda a internet — que se relacionam diretamente ao fato deles serem humanos ou não, já que foram criados por uma programação; questiona-se a humanidade de Lewis devido à sua aparência e ao seu comportamento; eles, nesse contexto, questionam também a sua própria humanidade, pois, por exemplo, as memórias obtidas não são as memórias deles, a família que eles sentem falta não é a família deles, as qualidades, os aprendizados, não são inatos deles. Foram observados e aprendido por outro ou, talvez, criadas em um laboratório.

Ao fim, diversos plosts tomam conta do roteiro. A quantidade de plosts direcionam o seriado em um caminho completamente inesperado, mas que ainda faz sentido. Nesse contexto, a resolução se apresenta de forma completamente satisfatória.

Sendo assim, o único ponto negativo apresentado pela série são os gráficos, qualidade observável com mais ênfase nas reproduções das cenas de luta. De um modo pessoal, posso externalizar que o seriado me cativou pelo magnífico roteiro. Os gráficos, no entanto, apesar de não serem péssimos, poderiam apresentar um desempenho de melhor qualidade no modo 2D. Apesar disso, os efeitos entregam uma qualidade aceitável, sendo completamente engolido pelo desenvolvimento do enredo e roteiro.

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